ENGENHARIA ERÓTICA: FÁBRICA DE TRAVESTIS – Sonho transformado em realidade
As pessoas chegam e vão escolhendo os seus lugares nas duas grandes arquibancadas dispostas de um lado e outro do teatro. Entre elas vemos o que pode funcionar como uma grande avenida com damas muito maquiadas, muito arrumadas, muito deliciosamente oferecidas, algumas até rodando bolsinhas no alto ao som de hits remixados de Amy Winehouse. Depois de uma dublagem de uma banda de forró, Silvero Pereira –digo, Gisele Almodóvar a La Chapelle Pereira Gyfone inicia um talk show com Denis Lacerda – digo, Deydianne Piaf engraçadíssimo. Uma conversa com o público, recados sobre a Parada LGBT e as outras apresentações da noite e do dia seguinte e somos levados a assistir um vídeo produzido pelo grupo e dirigido por Fabinho Vieira, GLOSSÁRIO dos termos usados dentro do universo gay. Produção feita com muito bom gosto e criatividade. Depois deste momento, a avenida se dividirá em três: Chega Gisele Almodovar gritando com o cara com quem ela mora, resumindo uma vida de violência e amargura numa extremidade; no centro, Diego Salvador – digo, Yasmin Shyrran que se veste e dará o depoimento mais emocionante e no alto da escada, do outro lado, com sua própria voz, numa belíssima interpretação, Jomar Caramanhos – digo, Verônica Valentim. É o divisor de águas do espetáculo, que nunca irá ser confundido com uma apresentação apenas glamourosa e engraçada de travestis. Entramos no universo de agentes sociais, de sujeitos repletos de vida e sentimento que abrirão seus corações e compartilharão com quem quiser ouvir, as suas dores e as suas trajetórias. Mas não se termina com lágrimas, porque a exuberância dará a palavra final, porque com elas, o show jamais irá terminar.
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