AS TRAVESTIDAS NO CARIRI - 3ª NOITE E A DECISÃO DE MORRER

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ENGENHARIA ERÓTICA
Segunda noite e mesma emoção repetida: brilho e verdade. O público cativo e mais aqueles que não deixam de se surpreender com as histórias de vida e com a volta por cima das travestis.
DJ FABINHO – nada de bate estaca repetitivo!
Muita inventividade e criatividade aproveitando as batidas tradicionais das boates em músicas com muita brasilidade. O sambinha Eu bebo sim... levou todo mundo à loucura.

VERÒNICA DECIDE MORRER - Incrível show de rock!
A diva Verònica Valentino sobe ao palco com todo o gás e com interpretações que aliam força e teatralidade. Sua voz poderosa e sua presença magnética conquistaram imediatamente o público do Terreiro da Mestra Margarida. Era uma galera que vinha do Engenharia Erótica somada aos que já tinham curtido o show da banda na noite anterior na cidade do Crato, com quem tinha ficado desde a apresentação de Avental Todo Sujo de Ovo, com quem veio exatamente ouvir músicas como: Negro Gato, Não serve pra mim, Papai me empresta o carro, Ilegal, imoral ou engorda – e nesta hora, antes de começar a cantar, ela pediu um cigarro pra alguém na platéia. Muita gente bonita dançou e fotografou muito e quem quis ou não quis, dançou muito, porque não dava pra ficar parado de jeito nenhum! Fechamos com chave de ouro as três noites das Travestidas no SESC Juazeiro.

AS TRAVESTIDAS NO CARIRI - 2ª NOITE

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ENGENHARIA ERÓTICA: FÁBRICA DE TRAVESTIS – Sonho transformado em realidade
As pessoas chegam e vão escolhendo os seus lugares nas duas grandes arquibancadas dispostas de um lado e outro do teatro. Entre elas vemos o que pode funcionar como uma grande avenida com damas muito maquiadas, muito arrumadas, muito deliciosamente oferecidas, algumas até rodando bolsinhas no alto ao som de hits remixados de Amy Winehouse. Depois de uma dublagem de uma banda de forró, Silvero Pereira –digo, Gisele Almodóvar a La Chapelle Pereira Gyfone inicia um talk show com Denis Lacerda – digo, Deydianne Piaf engraçadíssimo. Uma conversa com o público, recados sobre a Parada LGBT e as outras apresentações da noite e do dia seguinte e somos levados a assistir um vídeo produzido pelo grupo e dirigido por Fabinho Vieira, GLOSSÁRIO dos termos usados dentro do universo gay. Produção feita com muito bom gosto e criatividade. Depois deste momento, a avenida se dividirá em três: Chega Gisele Almodovar gritando com o cara com quem ela mora, resumindo uma vida de violência e amargura numa extremidade; no centro, Diego Salvador – digo, Yasmin Shyrran que se veste e dará o depoimento mais emocionante e no alto da escada, do outro lado, com sua própria voz, numa belíssima interpretação, Jomar Caramanhos – digo, Verônica Valentim. É o divisor de águas do espetáculo, que nunca irá ser confundido com uma apresentação apenas glamourosa e engraçada de travestis. Entramos no universo de agentes sociais, de sujeitos repletos de vida e sentimento que abrirão seus corações e compartilharão com quem quiser ouvir, as suas dores e as suas trajetórias. Mas não se termina com lágrimas, porque a exuberância dará a palavra final, porque com elas, o show jamais irá terminar.

AS TRAVESTIDAS NO SESC PATATIVA JUAZEIRO DO NORTE - 1ª NOITE

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O conto do gaúcho Caio Fernando Abreu, Dama da Noite, extraído do livro Os Dragões Não Conhecem o Paraíso e dedicado à escritora Márcia Denser foi maravilhosamente bem encenado por Silvero Pereira. A encenação desta noite foi a de número 300 e consolida 10 anos de pesquisa e oito, de apresentações que foram evoluindo no formato e na performance. No início, a peça concentrava-se apenas no texto de Caio e se chamava Uma Flor de Dama, nos últimos tempos foi inserido ao espetáculo shows de transformistas dublando divas da música pop nacional e internacional (todas foram excelentes e animaram e deslumbraram a platéia): Amy Winehouse, Lady Gaga, Preta Gil, Adèle ... e ganhou o nome que tem hoje. É esse clima de boate gay que impera na primeira parte que tanto encanta quanto desnorteia o público, quando na sequencia, vemos a personagem que se senta e dialoga com um interlocutor que é descrito como um rapaz jovem de furo no queixo que está inserido na “roda” onde ficam aqueles que são aceitos, que não são marginalizados. O discurso vai da paquera à fúria ao escracho ao humor ao drama à ofensa à euforia à poesia: “Gosto de quem eu sou, não do que eu faço, porque escolhi ser quem eu sou”. O público vai sendo conquistado e levado a refletir sobre a condição do outro e a olharem mais atenciosamente à sua própria condição nesta vida. Um triunfo de apresentação!