Yasmin Shiran

09:03 / comentários (3)

Tudo começou mesmo na minha época de escola da primeira serie,em que todas as minhas colegas usavam um gloss com brilho, que tinha de vários sabores e eu era louco pra ter um gloss, acabei conseguindo...saia com o gloss pra quase tudo que era canto.


passei por cada situações engraçadas esperando que minha mãe sai-se de casa pra usar o salto e sair desfilando dentro de casa,entra na casa das minhas primas vestida de mulher pra que os cachorros não me mordessem,se apaixonar pelo melhor amigo da escola e escrever cartas confidenciais pra ele,mesmo sem entender do que se tratava na época na real. Na verdade era o mais puro desejo de se sentir mulher em alguns momentos,que gritava dentro de mim e eu só pude perceber isso com o tempo.

Marcadores: ,

XVI Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga

20:32 / comentários (0)

Apresentação do Cabaré da Dama na Tenda do SESC
Programação do Te-Ato a Meia Noite do XVI FNT de Guramiranga
(Foto Lima Filho)

Marcadores:

Depoimento de Gisele Almodóvar

22:14 / comentários (2)


(Trecho do espetáculo ENGENHARIA ERÓTICA - UMA FÁBRICA DE TRVESTIS)

Sabe o que mais machuca a gente de verdade? A família. Eu digo isso porque pelo menos pra mim é assim. Sei que tem um monte de gente que nem liga pra isso, mas tenho certeza que lá no fundo a única coisa que quer mesmo de verdade é ouvir “eu te aceito do jeito que você é...”. Todo mundo quer isso. Eu sou do interior, meu pai trabalhava muito fora de casa e geralmente passava um tempão sem ver a gente. Minha mãe trabalhava o dia todo e eu era a responsável por tudo. Eu era a mais velha. Na verdade eu tinha 14 anos, mas já era a mais velha da casa. Ainda não era mulher, claro. Isso veio depois. Mas era como se fosse a mãe, porque eu tinha dois irmãos mais novos e aí eu que tinha que cuidar. Talvez isso que faça doer mais, sabia? Depois que eu assumi de verdade a minha mãe disse pra todos dentro de casa, lembro como se fosse hoje “ele sempre foi assim, vocês que nunca enxergaram direito quem ele era”. Meu irmão disse na minha cara, olhando nos meus olhos “você não é meu irmão, nem sei quem você é. Você não é dessa família. Pode ir embora”. Meu irmão disse isso. Meu irmão. Eu o peguei no colo. Coloquei comida na boca dele. Se não fosse por mim, quem ia dar comida pra ele? Ele precisou de mim. Agora eu preciso dele e é isso que tenho. Tive que agüentar muita coisa, mesmo depois de já saber o que eu era e o que eu queria. Foi então que meu avô me chamou num canto e disse “Meu filho, não tenho muita coisa, só tenho esses quatrocentos reais, se você acha que dá pegue suas coisas e vá ser feliz. Você é lindo, eu te amo muito. Mas aqui você não é feliz. Vá viver sua vida”. Ele disse isso com os olhos cheios de lágrimas. Foi a última vez que vi ele. Soube a dois dias atrás que ele morreu. Até hoje estou tentando juntar uma graninha pra voltar pra casa e rever a família. Que família, não é? Também não sei.

(foto de Levy Mota)

Marcadores: ,

11ª Mostra Sesc Cariri de Cultura

22:04 / comentários (0)




Fotos de Levy Mota

Marcadores: ,

Pesquisa

14:20 / comentários (0)

ENGENHARIA é o terceiro passo de uma pesquisa, pautada em atividades empíricas (entrevistas, observações e laboratórios) e científicas (livros e artigos), que busca entreabrir a cortina de silêncio do teatro do sonho, de aparência, que envolve as travestis.
A partir da montagem do espetáculo UMA FLOR DE DAMA (2004), livremente inspirado no conto DAMA DA NOITE, de Caio Fernando Abreu, e da experiência com CABARÉ DA DAMA (2008), sentimos uma enorme necessidade em procurar compreender ainda mais o mundo dessas pessoas para além do estereótipo e preconceitos. O espetáculo, que tem como referência o livro ENGENHARIA ERÓTICA: TRAVESTIS NO RIO DE JANEIRO, do psicanalista e fotógrafo Hugo Denizart, e relatos subtraídos de entrevistas realizadas com travestis cearenses, almeja realizar uma desconcertante reflexão sobre a sexualidade na sociedade contemporânea através da ambivalência do travesti que nos desconforta, ameaça e fascina. Ao portarem um corpo onde se conjuga o feminino e o masculino ao mesmo tempo, com seus modos ousados, eles expõem a arbitrariedade de nossos arranjos sociais, questionando dicotomias e linearidades.
A busca por uma realização individual em cada transgênero passa necessariamente por práticas e técnicas corporais, que vão desde injeções de silicone até a reeducação dos hábitos e gestuais que representam a classificação dos gêneros. O que se pretende refletir também é como essas práticas, que são extremamente dolorosas, aliam-se ao prazer e a elevação da auto-estima. Aqui a dor não é sentida apenas no trato social, no âmbito das vivências afetivo-emocionais, mas também é sentida e vivida através da reconstrução e do que este prazer é absorvido pelo desejo que este corpo modificado possa incitar no outro. O desejo da travesti perpassa o desejo do outro.

Marcadores: ,

sinopse

14:19 / comentários (0)

Partindo da pesquisa realizada, pelo ator e diretor Silvero Pereira, iniciada em 2004 sobre o universo das travestis e transformistas e que resultou nos trabalhos UMA FLOR DE DAMA e CABARÉ DA DAMA, este novo processo fecha a trilogia tendo como referência o livro ENGENHARIA ERÓTICA: TRAVESTIS NO RIO DE JANEIRO do fotógrafo e psicanalista Hugo Denizart, e relatos subtraídos de entrevistas realizadas com travestis e transformistas de diversas cidades do Estado do Ceará.
ENGENHARIA ERÓTICA: UMA FÁBRICA DE TRAVESTIS parte de uma pesquisa empírica e científica, para além do estereótipo e dos preconceitos, do modo de vida das travestis do nosso estado na preocupação de quebrar conceitos impostos pela sociedade tentando desmistificar sua relação com a marginalização e prostituição e lançando um olhar sobre a diferença entre história de vida e condição de vida.

Marcadores: ,

Ficha-técnica

14:18 / comentários (0)

Realização: Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio/ Grupo Parque de Teatro;
Produção: ATO;
Direção: Silvero Pereira;
Iinspirado no livro ENGENHARIA ERÓTICA - TRAVESTIS NO RIO DE JANEIRO de Hugo Denizart;
Texto adaptado: Silvero Pereira;
Elenco: Denis Lacerda (Deydiane Piaf), Diego Salvador (Yasmin Shirran), Jomar Carramanhos (Verônica Valentino) e Silvero Pereira (Gisele Almodóvar);
Atriz mãe (Vídeo): Joaquina Carlos;
Contra-regragem: Ítalo Lopes e André Heverson
Iluminação: Tomaz de Aquino;
Cenografia: Silvero Pereira
Trilha Sonora: Fabio Vieira e O Grupo;
Figurinos: Jomar Carramanhos, Ricardo Andrés Bessa, Noélio Mendes, Silvero Pereira, Denis Lacerda e Diego Salvador;
Maquiagem: O Grupo;
Maquiagem (divulgação): Assis Brito
Fotos: Levy Mota
Designer Gráfico: Andrei Bessa e Walmick Campos;
Técnica: Fabio Vieira, Tomaz de Aquino e Elano Chaves.

Marcadores: ,